Mundo terá 1,3 bilhão de idosos até 2040
WASHINGTON (Reuters) - A população mundial de idosos está crescendo como nunca se viu, e os velhos em breve serão pela primeira vez mais numerosos que as crianças pequenas, disseram pesquisadores dos EUA na segunda-feira.
O envelhecimento populacional deve pressionar os custos de previdência e saúde, obrigando a profundos aumentos nos gastos públicos, o que pode desacelerar o crescimento econômico tanto nos países ricos quanto nos pobres.
Em meados de 2008, o número de pessoas com 65 anos ou mais atingiu 506 milhões de pessoas no mundo, segundo o Departamento do Censo dos EUA. A cifra deve mais do que dobrar até 2040, chegando a 1,3 bilhão de pessoas, ou 14 por cento da população global estimada.
"As pessoas com 65 anos ou mais em breve superarão em número as crianças com menos de 5 anos, pela primeira vez na história", disse o relatório elaborado por Kevin Kinsella e Wan He, do Departamento do Censo dos EUA.
"O envelhecimento está afetando todos os países em todas as partes do mundo", disse Richard Suzman, do Instituto Nacional do Envelhecimento, que encomendou o relatório. "Embora haja diferenças importantes entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento, o envelhecimento global está mudando a natureza social e econômica do planeta e apresentando difíceis desafios."
O relatório concluiu que as pessoas com 80 anos ou mais são a parcela da população que mais cresce em diversos países. Globalmente, essa população de idosos deve crescer 233 por cento entre 2008 e 2040. Isso pode sobrecarregar seus filhos e netos.
"A redução da proporção entre trabalhadores e pensionistas e (o fato de cada vez mais) pessoas passarem uma parte maior das suas vidas na aposentadoria representam uma taxação cada vez maior dos sistemas existentes de saúde e previdência", disse o relatório.
"Em poucos anos, logo após 2010, os números e as proporções de pessoas mais idosas (especialmente os mais idosos entre os idosos) vai começar a crescer rapidamente na maioria dos países desenvolvidos e em muitos países em desenvolvimento", acrescentou.
"O aumento é primariamente o resultado dos altos níveis de fertilidade depois da Segunda Guerra Mundial e, secundariamente, mas cada vez mais, o resultado da redução das taxas de mortalidade nas idades mais avançadas."
Doenças crônicas, como os problemas cardíacos e o câncer, continuam sendo os maiores responsáveis pela mortalidade, especialmente entre os mais velhos. Isso por sua vez significa enormes gastos nos sistemas de saúde.
E o fenômeno não se restringe ao mundo industrializado. "Até 2040, os países hoje em desenvolvimento devem se tornar o lar de mais de 1 bilhão de pessoas com 65 anos ou mais, ou 76 por cento do total mundial projetado", diz o relatório.
A cada mês, 870 mil pessoas completam 65 anos. Dentro de 10 anos, 1,9 milhão atingirão essa idade a cada mês.
Se os países e empresas se programarem adequadamente, o envelhecimento populacional pode criar oportunidades de crescimento econômico, argumenta o estudo, que por outro lado cita um relatório de 2006 da Comissão Europeia segundo o qual os custos de previdência, saúde e cuidados de longo prazo provocarão aumentos nos gastos públicos e causarão uma redução nas taxas de crescimento do PIBs nacionais.
"E, na ausência de mudanças políticas, a taxa potencial de crescimento econômico da UE seria reduzida pela metade até 2030", alerta o relatório.
UOL Celular
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